EM PASSO RUDE
Apenas num rasteiro mundo expresso
O tanto que me inteira no vazio,
Enquanto a cada instante me recrio,
Negando o que não possa, recomeço,
E sei quando de fato enfim tropeço
Vagando sem sentido em tom sombrio,
Marcado pelos ermos deste fio,
No tanto que desejo e não professo,
Marcar a melodia com as farsas
Trapaças costumeiras e disfarças
Em cândidas palavras, ledo engano,
No caos gerado após cada momento,
Embora seja inútil, me alimento
Do quanto em passo rude, eu me profano.
Marcos Loures
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