Frágil vento
Representando apenas o que há tanto
Seria mais suave e não pressinto,
Enquanto o que restaura vejo extinto,
Ao menos o final hoje eu garanto,
E bebo cada gole e me quebranto,
Resulto do cenário quando minto
E omito esta verdade que não sinto,
Embora o vento trame um novo espanto.
Negar minha existência, simplesmente,
E sei da imensidão que mata e mente
Restando quase nada do que tento;
Rumino uma esperança e nada veio,
Somente a mesma face do receio,
Trazida pouco a pouco em frágil vento.
Marcos Loures
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