INVERNOS
Neste outonal delírio, o meu inverno
Já tanto anunciado e desenhado
Marcando cada sombra de um passado
Na gélida expressão em que me interno,
Vencido pelo ocaso, em pleno inferno,
Presumo o passo atroz e jamais dado,
Restando o quanto fora demonstrado
Apenas num sorriso outrora terno,
Agora em ironia e com sarcástica
Presença nesta cáustica agonia,
E quanto noutro intento se queria,
Palavra se fizera mesmo drástica
Acumulando os erros que ora trago,
Resumo minha vida a cada estrago.
Marcos Loures
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