AINDA VEJO EM TI...
Ainda vejo em ti tais opulências
Figuras estrambóticas, cenários
Momentos tão diversos são falsários
Mostrando desta vida uma excrescência
Aonde havia há tempos, florescência
Apenas os retalhos de um fadário
Do velho batistério, um relicário
O medo destruiu logo a inocência...
As farpas entre dentes, olhos, garras
Enquanto me devoras já desgarras
E deixas a carcaça como herança
Hienas e chacais, abutres; vermes,
Os restos devastados vãos inermes
Do que fizeste crer ser esperança...
MARCOS LOURES
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