quinta-feira, 30 de maio de 2013

NADA VEJO

NADA VEJO

Procuro-te e deveras nada vejo,
Somente a mesma sombra do passado
Que trago junto a mim e lado a lado
Expressa tão somente um vão desejo,

O mundo se transforma e a cada ensejo
Um velho sonho já dilapidado
Quem fora pela vida abandonado
Encontra no vazio medo e pejo,

Aonde poderia ser feliz
A vida a cada engodo contradiz
E deixa tão somente a sensação

Do inútil caminhar sem direção
Aprofundando mais a cicatriz
E o tempo traduzindo amor em vão.

MARCOS LOURES

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