NOS MEUS ERMOS
Mergulho nos meus ermos e te vejo
Reflexo de uma vida sem proveito
E quando no vazio enfim me deito
Apenas acenando em malfazejo
Cenário na verdade eu nada vejo
E quando alguma sorte enfim aceito
Esqueço deste amor o antigo pleito
Turvando o quanto houvera em azulejo.
Meu verso se aproxima do final
E o canto desdenhando o temporal
Aonde me espalhasse em tom atroz,
O canto sem sentido ou no fastio
Expressa o quanto quero e desafio
Calando da esperança, enfim, a voz.
MARCOS LOURES
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