SOBREVIVÊNCIA
Carrego os velhos trapos da existência
Que tanto se puíram com a vida,
Marcada desde sempre em desvalida
E louca solidão e impertinência,
O canto se desdenha em evidência
Diversa da palavra consumida
E morta a sensação que consolida
A luta sem sentido nem ciência,
Carrego a mesma corda no pescoço,
Envolto pela dor em alvoroço
Tropeço e mesmo assim sigo adiante,
Embora procurasse ao menos paz,
Meu sonho mais atroz e mais mordaz
Sobrevivência, ao menos, me garante...
MARCOS LOURES
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