segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O RESTO DO QUE FUI

O RESTO DO QUE FUI

Ainda se mostrando em tom tão agressivo
O resto do que fui entranha a sala e toma
Cenário mais atroz e quando vejo a soma
Do pendular espelho ainda sobrevivo,

Mortalha que tecera a vida desde quando
O tempo transformado em treva e ventania
Gerara este demônio e nele se recria
A sorte desairosa; e a noite se entornando...

Ouvisse qualquer som em noite solitária
mundo não teria a face desdenhosa
De quem sem ter saída ainda teima e glosa

Achando ser a morte espúria necessária.
Ecléticos, sutis, os dias são falazes
Diversos deste tanto; aonde, o sonho, trazes.

MARCOS LOURES

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