terça-feira, 27 de março de 2018

A CADA PASSO

Firmando a cada passo mais os pés
Não deixo me levar pelos modismos,
Tampouco me exporei aos cataclismos,
Não quero nem algemas nem galés.

Apenas não suporto tal viés
Deixando a poesia sem batismos
Nem mesmo suportando novos sismos
Soneto merecendo rapapés.

Ourives sem as gemas não produz,
Agora escuridão sonega a luz
E o que era decassílabo se esgota.

Não tenho paciência para tanto,
O esgoto traduzindo desencanto
O terno entre bermudas se amarrota...


MARCOS LOURES

Nenhum comentário: