quarta-feira, 28 de março de 2018

CICUTA

Jamais sonegarei qualquer verdade,
Pois dela me alimento e me sacio
Se o tempo muitas vezes desafio
Ainda posso crer na liberdade.

Mas quando me deparo com saudade
A vida novamente; em vão, desfio
E tudo o que inda penso, falo ou crio
Esvai-se num esgoto que me invade.

No velho lamaçal adentrando a alma
Somente a solidão inda me acalma
E o medo do futuro me acompanha.

Erguendo um claro brinde à poesia
Que em meio às tempestades me alivia
Cicuta faz as honras da champanha...

MARCOS LOURES

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