Passando mais um dia de janeiro,
A madrugada traz esta agonia,
E enquanto morre à míngua, a poesia,
Dos sonhos sou apenas o coveiro.
Marcado pelo gozo derradeiro,
Adormecendo em plena fantasia,
Acordo e nada tendo, esta sangria
Derrama uma esperança no cinzeiro.
Por onde caminhar se estou perdido?
Apenas espinheiros, pedregulhos,
Arranco do meu peito estes entulhos,
E sigo sem remédios, desvalido.
A natureza esconde a claridade,
Na névoa interminável que me invade...
MARCOS LOURES
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