Na fúnebre lembrança, olhar vidrado,
Beijando o meu cadáver insepulto,
Nos olhos da pantera riso e culto,
Na lápide somente o não grifado.
Os olhos se perdendo no tumulto,
Vazios que a saudade traz ao lado,
Na imprecisão nefasta do passado,
Quem tanto amara morre amaro, inculto.
Necrófaga folia se prevendo
Heranças do que fui e não soubera
A solidão amiga e dura fera
Aos poucos os meus sonhos corroendo.
Amor que se perdeu na primavera,
No inverno agora vai apodrecendo...
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