POR QUEM TU ÉS.
Desértica expressão em tosco cântico,
Não mais que mero vago se denota,
A cada verso vejo a velha rota
Matando o quanto fora antes romântico,
Esquálida figura em palidez,
Assim minha esperança se desmancha
E nada se fizera em dor tão ancha,
A mancha do que fomos se refez,
De todos os momentos em litígio,
Acumulados erros vida afora,
Nem mesmo o quanto possa me apavora,
Restando da emoção mero vestígio,
E sigo contra a fúria das marés,
Sabendo no final por quem tu és.
Marcos Loures
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