SEM PRIMAVERAS
Na imprecisão do passo desta fera
As incertezas todas que alimento,
E mesmo quando veja este momento
A sorte noutra face não se esmera
E o quanto ainda reste degenera,
Marcando com terror o pensamento
Grassando o quanto houvera em sofrimento
E nada mais além a vida espera,
Erguesse o meu olhar noutro horizonte
E quando noutro tom o sonho aponte,
Respaldos entre saldos devedores,
Meus dias são tramados pelo fardo
Matando o quanto reste e não aguardo,
Jardins sem primavera; buscam flores?
Marcos Loures
Nenhum comentário:
Postar um comentário