DESARMÔNICO
Lavar minha alma e crer que possa ainda
Depositar meu mundo noutro espaço
E quando sem certeza alguma eu traço,
A vida em tom sombrio se deslinda,
Resisto e na verdade a sorte finda
Deixando sem saber o quanto passo
Perdido entre o que possa enquanto eu faço
De um mero imaginar, o que me blinda,
Restasse alguma voz e poderia
Tentar fugir da rústica utopia
Vencida desde sempre e em tom agônico,
Mascaro com palavras o que trago
Resquícios solitários de um estrago
Moldado pelo escasso e desarmônico.
Marcos Loures
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