Solidão
Bem sei que o mergulhando num arcaico
Delírio nada mais conseguiria,
Nem mesmo o quanto pude em utopia
Viver além do enredo mais prosaico,
E o verso que tentara num mosaico
Erguer dos meus espectros, poesia,
Mascara a face escusa e sem valia
Trouxesse outra expressão num mundo laico,
Ascendo ao que jamais imaginasse,
E tendo tão somente o mesmo impasse
Movendo o mais vazio de meu ego,
Sem presumível porto, não ancoro,
E quando em temporais vis me decoro,
Expresso a solidão quando a navego.
Marcos Loures
Nenhum comentário:
Postar um comentário