UM CANTO REPETIDO
Um canto demorado, repetido.
Nenhuma solidão ronda por perto.
Areia em tempestades no deserto,
O manto das saudades estendido
Não se ouve nem sequer um só ruído,
O vento em seu monólogo comprido,
Trazendo a sensação: dever cumprido.
O mundo dorme atroz, mal repartido.
Distantes os oásis, leda a vida...
Minha alma desprendida, a cordilheira
Espera calmamente que decida
Caminho que percorra, leve e inteira...
O vento no deserto, minha cama...
Ao longe a cordilheira... No Atacama...
MARCOS LOURES
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