CIRCUNSPECTO
Por vezes circunspecto vejo a vida
Detrás destes meus óculos- miopia
Assim vou deformando a fantasia
Acaso não teria outra saída
Que um dia demonstrasse já perdida
A glória que talvez trague alegria
De uma alma que deveras se extasia
Mesmo que outra vertente se decida.
Apenas o meu canto se disfarça
Deixando para trás o que era farsa
São falsas ilusões, cruel fadário.
E o verso mais audaz; inda consigo
Fugindo do que fora desabrigo
Guardado nas gavetas deste armário...
MARCOS LOURES
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