domingo, 26 de maio de 2013

O QUE PUDESSE



O QUE PUDESSE

Sentindo o que pudesse ser diverso
Da rude imensidão que, em brumas, vejo,
A marca mais audaz de algum desejo
Marcasse o quanto trago em sonho e verso,

E quanto mais procuro, eu me disperso,
Nas tramas, entrelaces que prevejo,
E nada do que deva quando almejo
Envolto se perdesse no universo,

Arcando com palavras, sentimentos,
Bebendo em alegria tais alentos,
No frágil caminhar de quem sonhasse

Nas tantas heresias, frases soltas,
As ondas mais ferozes e revoltas,
Jamais superariam tal impasse...

MARCOS LOURES

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