PÉS CANSADOS
Quisera retornar ao mesmo vão
Descalços pés cansados não teria
O verso que traduza uma alegria
Regressa desde sempre a tal senão.
Guardado em versos frágeis num porão
Nefasta maravilha florescia
Enquanto ao vento beijo a mão vazia
Eu sinto aproximar-se a solidão.
Erguendo os meus olhares no horizonte,
Espero que este sol inda desponte
E desaponte a dor, fria quimera,
Serenando minha alma tão frugal,
O fardo que coubesse no bornal,
Traria um bom final para esta espera...
MARCOS LOURES
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