"A BELA E A FERA
(Marcos Loures/Perséfone Diana)
Embora eu reconheça ser a fera
Que traz em seu olhar esta expressão
Da imensa e tão temida solidão,
Que a vida noutra face degenera,
Eu tento, da maneira mais sincera,
Ousar e mesmo até pedir perdão,
Os erros que cometo o passo em vão,
Matando desde sempre a primavera,
O velho coração deste poeta,
Buscando o que decerto ora o repleta
Adentra estes caminhos intrincados,
E tenta, mesmo em dor, sobreviver,
A fera que pudesse ao menos ter
Da bela os teus sorrisos delicados.
Germinada floresço seu firmamento
Alimento o seu vácuo a beleza trigueira
Do canto murmurado na figueira
Em declínio o tempo é mero instrumento.
Eu adentro a ires dos seus olhos
Embebida em plenitude até te vejo belo
Folhas desfeitas no outono em duelo
Desnudos para sempre os abrolhos.
O que é belo ameno as primícias
Levando tremor a beleza entre carícias
Grita amor em sonhos reprimidos.
No meu espelho em tudo que resiste
Vejo a bela que canta triste
Do prazer em seus gemidos incontidos."
Um comentário:
TUDO QUE VC ESCREVE É LINDO! ESTOU MARAVILHADA COM VC! BEIJOS AMO-TE
HELENA LINS
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