quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Farsa

Tenho a farsa comigo, companheira;
Me permite fingir o que não sinto,
Muitas vezes sorrindo, tanto minto.
Num teatro fingi que é verdadeira,

Felicidade falsa, escarradeira
Dessas cores vulgares, onde tinto
As mentiras sutis. Quando no absinto
Me embriago, surgindo a fera inteira

Ocultada num último soneto.
Sou servil mas, simpático, cometo
Essas atrocidades que t’escondo...

Num secreto desejo, lacerar
Ponto por ponto, nada mais deixar;
A não ser teu cadáver, decompondo...

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