quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Manhã

Nesse cigarro, tantas dores calo...
Cada tragada, viva dor renasce,
Não consegui, nem ofereço a face.
Nas cusparadas da má sorte, falo

Nas entrelinhas, vou seguir o ralo
Onde vomitas. Quem souber que trace
O próprio trilho. Mas que faço? Embace
Minha visão, nessa fumaça, embalo...

Quero sorver cada segundo, cada...
Quero sentir, mas não me resta nada...
Por isso, fumo; nos cigarros, vida.

Deixai então, eu conhecer amor,
Deixai o brilho vir, nascer, Senhor!
Quero somente essa manhã, perdida...

Nenhum comentário: