De Soslaio
A corja se mostrando enquanto o bote
Desenha este final da velha peça
E o tanto que decerto além se peça
Expressa o quanto aquém já se denote,
Ainda quando a vida nos derrote,
Sem nada nem ninguém que enfim a impeça
O medo desenhado em dor confessa
De uma esperança morta, nem um lote.
Decotes de vadias, riso farto,
E quando da alegria enfim me aparto,
Reparto com meus medos o que resta,
Não sinto mais a fúria de quem busca
Senão a turbulência arisca e brusca
De soslaio vê; pequena fresta...
Marcos Loures
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