Insânia
Abandonando aos poucos uma luz
Teimando entre nublosas sendas quando
O medo na verdade me tomando
Ao nada sem defesas me conduz,
Presumo o quanto possa e não reluz
A sorte noutro engano detonando
Os sonhos deste antigo e morto bando,
Bisonha farsa feita em medo e cruz,
Legados de outras tantas heresias,
E nada do que possa mostrarias
Senão a desgrenhada e morta face
Que enquanto a solidão determinasse
Gerasse outro medonho mundo em nós
Vencido pela insânia rude e atroz.
Marcos Loures
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