segunda-feira, 2 de julho de 2012

NAS ESPIRAIS

NAS ESPIRAIS

Nas espirais, cigarros me consomem,
Pela fumaça, vejo teu semblante,
Fui um dia, talvez, tão inconstante,
Mas as minhas lembranças, fogem, somem...

Pois quisera poder ser um outro homem,
Ser tão menino, embora ser gigante
Ser teu par, teu parceiro, teu amante,
Mas todas as lembranças, matam, comem

O que me restaria, contrafeito
Do que pudesse vida, me restar,
Mas trago em meu cigarro esse defeito:

Tentar caber no brilho do luar,
Tentar fingir que estou mais satisfeito;
Vou tentando obrigar-me a não te amar...

MARCOS LOURES

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