domingo, 9 de outubro de 2011

09/10/2011

Desejo e cada vez te quero além,
Já não me caberia melhor sorte,
E sem saber do quanto me conforte
A velha fantasia sempre vem,

Deixando no passado o claro bem
E nesta sensação de fundo corte
O mundo desenhando seu aporte
Nos traços tão diversos do desdém.

Restrinjo cada anseio e vejo apenas
O quanto com certeza ora condenas
Quem tanto quis somente a mansidão

Meu mundo se aproxima de tal fato
E neste delirar o que constato
Expressa rudemente a solildao.

2

Entranhas em perfume, cada dia
Aonde o que se fez não mais trouxera
Senão a mesma face da quimera
Em cada nova noite mais sombria,

O tanto quanto possa não viria
Ousar a acreditar na rude fera
Meu prazo terminando noutra espera
Trazendo sem sentido a fantasia.

A poesia apenas recolhendo
O corte cada vez profundo e horrendo
Na falsa investidura que se creia,

A luta não cessando nem um pouco
O verso traduzindo o canto rouco
Distante desta noite em lua cheia.

3

Se a vida corre mansa ou vai depressa
Tampouco se traduz em tom audaz,
A sorte renegasse mesmo a paz
Enquanto a minha história recomeça.

O passo sem sentido nunca apressa,
Mas sei deste momento mais fugaz
E mesmo quando sinto ora capaz
A lenda num fastio não se expressa.

A cândida expressão felicidade
Marcando o que deveras nos agrade
Retorna no caminho mais gentil,

O preço a se pagar ora divisa
E sabe a correnteza e busca a brisa
Que tanto desejei e não se viu.

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