quarta-feira, 12 de outubro de 2011

12/10/2011


Descendo para o Sul eu encontrei
A sorte que buscara há tantos anos,
A vida se moldando em desenganos
O tempo ora nublando toda a grei,

Quem dera se este amor traçasse a lei
Mudando a direção dos velhos planos
Tornando os corações bem mais humanos
Marcando quantas vezes desejei.

Não pude acreditar quando vieste,
A sorte sempre fora tão agreste
E o mundo se desnuda em verso e dor.

Na trágica expressão mais solitária
A luta mesmo sendo necessária
Jamais traria a paz, senão rancor.

2

Nas margens do Guaíba uma sereia,
Ou mesmo a divindade feita em gente,
A sorte se moldando plenamente
Enquanto esta emoção sempre incendeia,

A luta do passado se permeia
Com toda esta emoção que uma alma sente,
Vivendo tanto amor e fartamente
Seguindo cada estrela e a lua cheia.

O verso não alcança seus ouvidos,
Seus cantos entre tantos reunidos
Confundem-se com trânsito, buzinas.

Mas mesmo de tal forma ora me encanto,
Até não mais ouvindo o raro canto,
Sereia; com certeza me fascinas.



3

O quanto deste todo sempre traz
Alguma solução e não soubera
Deixando para trás a vida fera
Bebendo cada gota feita em paz,

Na vida tanta coisa satisfaz,
Porém novo caminho degenera
E deixa para trás em rota esfera
O todo que julgasse mais audaz.

No sanguinário tempo feito em ódio
Qualquer batalha traz em louro, o pódio
E o verso perde até qualquer sentido,

Porém no libertário pensamento
O sonho mais sublime que ora tento,
Trazendo farto amor quando o lapido.

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