quinta-feira, 13 de outubro de 2011

13/10/11


Do sertanejo mote em lua plena
A sorte que se fez bem mais distante
Agora se apresenta e me garante
A noite mais suave e tanto amena,

Se a velha solidão já me condena
Se o mundo se transforme doravante
E nada mais se forme num instante
Marcando com terror o quanto apena.

Restasse dentro da alma alguma luz
E nesta sensação deveras pus
O que há melhor de mim e me perdi,

O verso sem sentido e sem razão,
A luta noutra torpe dimensão
E nisto retornando, amor a ti.


2

Na busca deste encanto o peito voa
E tenta acreditar num novo dia,
A sorte se refaz em fantasia,
E cria em pleno rio outra canoa,

A vida; eu reconheço ser tão boa,
E mesmo quando a dor já se recria
No fim o amor embora uma utopia
Renova-se e deveras tanto ecoa.

Já não mais me permito o sofrimento
Sabendo da verdade aonde alento
O passo mesmo em falso, a própria queda,

Ditames de uma luta que não cessa,
Ainda me percebo; ora sem pressa,
Meu sonho na esperança enfim se enreda.

3

Nas águas azuladas deste mar
Que tanto poderia ter aqui,
Mas quando retornando, amor, a ti,
Bebendo todo o azul de teu olhar

É como em litoral eu me encontrar
Vivendo tudo aquilo que perdi,
Restando o quanto além eu conheci
Nos braços de quem tanto pude amar.

Não quero mais saber de outro cenário,
Nem mesmo o que se aponte no horizonte,
O brilho sem igual ora desponte

Vencendo um coração tão solitário,
Sabendo num instante o quanto eu quis
Deveras, finalmente sou feliz.

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