terça-feira, 4 de maio de 2010

31796 ATÉ 31800

31796


Meu amor sempre dizia
Das angústias de quem tenta
Enfrentar a violenta
Tempestade em agonia,
E se o medo propicia
A defesa ou atormenta
No final, nada acrescenta
E repete o mesmo dia.
Verso novo ou mesmo velho,
Ao final o escaravelho
Ou quem sabe a carpideira,
Não resulto deste quando
Poderia transmudando
Mesma história, corriqueira...

31797

Isso tudo foi maldade
Nada disso pode ser
A vontade de vencer
Que deveras dita a grade,
E não canto o que te agrade
Na discórdia o meu prazer
Tanto pude conceber
O que ainda em paz invade
Cercanias mais risonhas
E se ainda vês e sonhas
Com momentos prazerosos,
Os caminhos se afunilam
Quando os corpos se perfilam
Em terrores, majestosos...

31798


Meu Deus o que faço agora?
Já não tendo nem respostas
Quando as mesas são dispostas
Própria sorte nos devora,
E se a fome não escora
Retalhando a vida em postas,
Outras vezes decompostas
Faces loucas, tudo ancora.
São prováveis descaminhos
E se tanto são sozinhos
Os que ainda eu poderia
Traduzir em versos frágeis,
Mas meus dedos não são ágeis
E nem mesmo a noite é fria...


31799

Quem deixou muita saudade
Com certeza não morreu,
Cada instante renasceu
Ao romper da morte a grade,
E se tanto ainda invade
Tendo eterno este apogeu,
Não conhece o perigeu
Rompe o tempo e a realidade.
Mas aos poucos, desalento
Nome perde-se no vento
E não resta nem sinais
Do que fora há poucos anos
Hoje meros desenganos,
Cenas tolas, pontuais...

31800


Minha sorte foi-se embora
Nos clarões e em várias trevas
Ao se crer em novas cevas
Outra cena não decora
O passado quando aflora
Resistindo às tantas levas
E se ainda são longevas
Porta aberta não ancora
O caminho mais audaz
Nem o tempo que é voraz,
Nem a sorte que é profana,
Resistindo bravamente
O passado sempre mente
E com névoas nos engana…

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