O QUASE OCASO.
Percebo após o muito, o quase ocaso,
E o tempo não permite novo rumo,
Seguindo o mesmo instante onde consumo
O tanto quanto além, em tal descaso,
Passando o dia a dia e se me atraso
Expresso em negação o velho prumo
Que apenas decidisse onde me esfumo
Realço o quanto sempre enfim defaso,
Pereço a cada farsa em tenebrosa
Vontade que se faça dolorosa
Da rosa os seus espinhos, cultivara,
E o medo se aproxima e toma tudo,
De fato quando em vão eu já me iludo
Aprofundando na alma a torpe escara.
Marcos Loures
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