NADA MAIS QUE EU FAÇO
Já nada mais que eu faço traz o quanto
Desenho em garatujas ou me entranho
Vociferando o que ora sei estranho
Entrego o coração, mero acalanto,
E bebo a imensidão do desencanto
Restando muito pouco enquanto ganho
Meu tempo se moldara desde antanho
No rastro do que pude em dor e pranto,
Rastejo sobre as pedras, velho cardo,
E o mundo quando o quis, hoje retardo,
Nas vastas ilusões de algum canalha,
A faca que tu trazes na cintura,
A luta sem limites já perdura,
Uma alma ora perdida inda batalha.
Marcos Loures
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