O QUANTO ME RESTA
Mergulho nos meus próprios desenganos
E sinto quantas vezes me entranhara
A fúria que deveras se escancara
Moldando novamente rotos planos,
E sei que vão passando dias e anos,
Mereço sorte amarga e nunca clara
Enquanto a luta atroz de certo encara
Os passos mais temíveis, rudes danos.
E sinto o quanto pude e não viera
Tentando apascentar a imensa fera
Que habita o coração deste demônio
Traçado desde sempre no meu peito,
No quanto me repleto e não me aceito,
Uma esperança é frágil patrimônio...
Marcos Loures
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