HERANÇAS
Determinando o passo, a negação,
Expressa o quanto pude e não mais tive,
O manto que em ruptura inda retive
O preço na boçal liquidação,
Os erros se repetem e virão
Moldar o quanto possa e sobrevive
Na ogiva feita em fúria a vida prive
Futuro do que trame algum verão,
Dobrando os velhos sinos do passado,
O tempo se desdenha e desenhado
Nas mesmas garatujas que conheço,
Escravidão persiste e mais atroz,
A fome, a morte, o rio em podre foz,
Quem pagará no fim o imenso preço?
Marcos Loures
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