FORNALHAS ILUSÓRIAS
Viemos das fornalhas ilusórias
Do gosto da senzala e do bordel.
No sangue que vertemos, as histórias
Emanam tantas manchas para o céu...
Na marca em cicatriz, tantas memórias
Dos sonhos que passamos, sujo véu...
Mas temos o sorriso desdentado
Nas mãos que calejaram-se em labuta.
Os olhos num futuro desregrado.
Viemos da tortura em força bruta
Do parto quase aborto, improvisado...
Da fome acumulada em cada luta.
Trazemos nossos olhos por pendor.
E o peito escancarado em pleno amor...
MARCOS LOURES
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