quinta-feira, 30 de junho de 2011

71

Não deixe que este mundo te devore
Nem mesmo noutro passo mais audaz,
A vida da maneira que ela traz
Também por outro lado não escore
Ao tempo mais sublime comemore
E tenta acreditar no quanto faz
A sorte que se mostre contumaz
E nisto noutro instante nos açore.
Na movediça parte que nos cabe
Ainda que deveras já desabe
Castelo de ilusão mantendo vivo
O quanto poderia e nunca veio,
Aumenta simplesmente o meu receio
Sem mesmo permitir um lenitivo.


72

Já não mais caberia a quem prometa
O tempo que não trace senão isto,
Enquanto em rudimento não insisto
Presenciando a sorte de um cometa
Voltando e quando a vida me arremeta
No tanto quanto possa e até persisto,
Gerando com ternura o já previsto
Cenário aonde o sonho me acometa.
Não sei se poderia acreditar
Ou seja um mero raio de luar
Imensidão da noite em pensamento,
Vagando em constelares emoções
O tanto quanto possa e tu me expões
Trouxesse ao fim de tudo algum alento.


73

Havia na esperança qualquer brilho
Que o tempo com certeza não calasse,
Gerando na verdade algum impasse
Tramando o que pudera e agora trilho,
Ainda que se faça um andarilho,
O luto noutro tom não mais embace
O rumo que deveras se mostrasse
No prazo aonde o sonho ora palmilho,
O preço da esperança é muito caro,
O tanto quanto possa em desamparo
Não mais sustentaria o sonhador,
Nos madrigais e enredos, meus saraus,
Os cantos mais tristonhos, urutaus,
E o fim do pudesse ser amor...

74

Não peço e não tentara de tal forma
Singrar outro caminho senão este,
E quando no final tudo reveste
A sorte sem sentido algum deforma,
A luta noutro tom já não se informa
E o tempo mesmo quando percebeste
Anunciando o fim que concedeste
Gerando a imensidão em rara norma,
Acrescentando o passo ao que viria
Bebendo da mais clara fantasia,
Presença delicada deste amor
Que possa traduzir felicidade
Embora noutro tom sinta a verdade
Como se fosse um brilho redentor.

75

O amor se anunciando como eu quis
Trazendo esta beleza imensurável
Que tanto faz a vida desejável
E deixa o coração bem mais feliz,
Mineiro coração, este aprendiz,
Que busca com certeza o mais amável
Caminho que se fez ora encontrável
No Bosque dos divinos Buritis,
Saber do quanto possa a cada instante
Viver o que deveras me agigante
Deixando para trás a velha insânia,
E tendo no horizonte esta beleza,
Agora que minha alma sem surpresa
Inunda-se de ti, nobre Goiânia...

76


Jamais se perderia algum momento
Meus olhos na procura deste encanto
Vestindo esta ilusão que sem quebranto
Transforma-se no quanto em paz me alento,
Vagando sem sentir o sofrimento
Rumando ao mesmo tempo em claro manto,
E sei do que em verdade não me espanto,
Trazendo em minha voz, a voz do vento,
Há muito o que aprender, e disto eu sei,
A vida se reflete em cada grei
Diversa do que tanto poderia,
Expressas emoção, e disto eu vivo,
Num ser quase feliz, contemplativo,
Refém desta esperança em lenitivo.


77

Apenas mais um sonho que se fora,
Durante tanto tempo sem saber
O quanto poderia ter prazer,
Uma alma tantas vezes sonhadora,
Mergulho no passado e a redentora
Vontade me trazendo o bem querer
De tanto que tentasse amanhecer
Gerando nova sorte, promissora.
O rumo se adianta e vejo bem,
O tanto que se queira e que convém
Ao velho sonhador, louco poeta,
Apresentando a voz em tom suave,
Quisera neste instante ser uma ave
E nisto a minha sorte se completa.

78

Lavando os olhos tristes de saudades
Nos ermos mais doridos que inda pude
Trazer sem merecer uma atitude
Que molde o quanto tento e já me invades,
Não vejo outro momento e as qualidades
Tramando o que se faz em amplitude
E nada se programa além do rude
Cenário que decerto tu degrades.
Não quero mais palavras nem as frases
Que tanto com terror ora me trazes
Falando de momentos que não tive,
Ainda que pudesse ser além
Do todo quando a vida ainda vem
Ou noutro tom apenas já me esquive.

79

Ocasos entre turvas paisagens,
Momentos mais diversos, versos sonho,
E quando noutro tempo enfim proponho
Viver além das vagas, vãs miragens,
E quando no final estas bagagens
Que possa traduzir num tom medonho,
O que inda me restara em enfadonho
Caminho transformasse em vãs visagens.
Perfaço o meu caminho e quando vejo,
O tempo noutro tanto claro ensejo
Expresso uma ilusão, e tão somente,
Ainda que se sinta de tal forma
O rumo noutro tom já se transforma
E a vida sem saber nada apresente.

80

Num dia mais feliz após os sonhos
Perdidos entre trevas e temores
Aonde quer e sei que não te opores
Vivesse meus caminhos mais risonhos,
Os olhos procurando entre bisonhos
Cenários os que possam noutras cores
Moldarem outros tantos, redentores,
Negando os mais doridos e medonhos.
Acrescentando ao canto uma emoção
Que faça deste instante a dimensão
De um mundo que pudera gigantesco,
Não posso acreditar em nova queda,
E sei do quanto a vida se envereda
Matando este espetáculo dantesco.

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