terça-feira, 15 de junho de 2010

36921 até 36940

1

O tanto quanto eu pude
E nada se faria
Gerando a ventania
Mudando de atitude
O passo não ilude
E nada se recria
Depois da fantasia
Ou mesmo esta amplitude
Arrisco passo quando
Teimara e já tentando
O farto após a queda,
Pagando a minha vida
Na fonte distraída
Aonde o passo veda.

2

Sentindo qualquer luz
Ou bebo do passado
E nego o já traçado
Caminho aonde eu pus
O gesto que reluz
O templo iluminado
O rito sonegado
Pereço e faço jus.
O medo do que venha
O corte dita a lenha
A brasa não se apaga
E tanto quanto meço
Ou mesmo não confesso
Contesto em fúria e vaga.

3

Lapido esta pepita
Ou tento nova gema
A morte não diz tema
Nem mesmo se acredita
Na senda mais aflita
Gerando outro problema
Cansado do dilema
Apenas se reflita
O sol em teu espelho
E quando me aconselho
O caso não reflete
O tanto quanto posso
E sei jamais endosso
Aonde não complete.

4

Jogado pelas ruas
Escárnios são comuns
E tento dentre alguns
As horas quase nuas
E delas as culturas
Entranham pelas vias
Aonde concebias
As horas mais escuras,
Restituindo o passo
E nele bebo o tanto
Gerando novo espanto
Traduz o meu cansaço;
Recados recebidos
Amores esquecidos...

5

Jazigo da esperança
Amor sem serventia
Enquanto não podia
Ao nada já se lança
E traz sem temperança
A face mais vadia
Por onde se traria
Olhar em confiança.
Resulto do contexto
E quando em velho texto
Atesto o que hoje sou
Se às vezes me retrato
Nefasto ou caricato
O espelho dedurou.

6

Os olhos do felino
As garras, presas; vejo
E quanto mais almejo
O dia eu me alucino
E risco o cristalino
Caminho mais sobejo
E nele se prevejo
As ânsias do menino
No velho; realizadas
Após as madrugadas
Em bares e botecos
Quem sabe na verdade
Do nada que me invade
Apenas sejam ecos...

7

Há pouco saberia
O tanto que inda resta
O gesto não se presta
Nem mesmo outra alegria
E morro em euforia
Na face mais funesta
E nela sem a festa
Aonde foi sangria
E peço a quem mais possa
Traçar o que inda endossa
A vida após a morte
O peso do viver
O corte a se trazer
E nada me comporte.

8

Se irei sobreviver,
Problema é todo meu,
O mundo me perdeu
Nas teias do prazer
E nada pude ver
Senão o quanto deu
A quem se recebeu
Com medo de viver
O cardo após a queda
O passo que conceda
Apenas um descanso
No olhar bem mais suave
Pudesse ser uma ave
Além do que hoje alcanço.


9

Dançando a noite inteira
Nos ermos da saudade
Bebendo a claridade
E nela já se esgueira
Quer ou jamais queira
O vento nunca brade
Nem mesmo a realidade
Abrindo esta porteira,
Oprime-se outro verso
E sei se estou imerso
No corte ou na mortalha
O pangaré da vida
Tentando uma saída
Apenas se atrapalha.

10

O gesto soberano
O gosto mais audaz
E tanto se me faz
Enquanto já me dano
No corte ou desengano
Na face que é mordaz
E tento e satisfaz
Puir o velho pano.
Resisto o quanto posso
E sei do quanto é nosso
O vento em forte frio
E o parto renegado.
Olhando lado a lado
Esqueço o desafio.

11

Metálicos caminhos
Entranhas mais expostas
Procuro por respostas
Encontro os mais mesquinhos
Vencendo outros espinhos
E neles decompostas
As faces em propostas
Bebendo amargos vinhos;
Resisto ao temporal
E beijo em ritual
A boca da mortalha
O coração minúsculo
Adentra este crepúsculo
E logo em dor se espalha.

12

A face carcomida
Bisonha aonde eu tento
Vencer qualquer provento
Aonde houvesse vida
E nada da saída
Expondo a sorte ao vento
Enquanto me alimento
Da face apodrecida
Gerada pelo amaro
Caminho em despreparo
Marcando fielmente
Participando apenas
Das velhas tolas cenas
A morte se apresente...

13

Resumo do vazio
E tento nova senda
Aonde não se estenda
Além do velho rio
E quando desafio
O quanto não me atenda
Ou mesmo gere a lenda
Enquanto já desfio.
Passo rumo após
Eu tento nova voz
E nada se percebe
O farto caminheiro
Denota o verdadeiro
Retrato desta sebe.

14

Ourives do que tento
E não mais pude ver
Semeio o desprazer
E bebo assim o vento
Não quero outro lamento
Nem mais quero sofrer,
As ânsias do querer
O gozo em sofrimento
Bebendo a bruma e vendo
O tanto me retendo
O passo não se faz
Voltando de onde vim
Sorvendo até o fim
O quanto fui tenaz.

15

Lacaio do passado
O parto se revela
Na face onde se sela
O gesto derrocado
O gosto adivinhado
Na mansidão da tela
A porta dita a cela
E o vento anunciado.
Restando da fartura
A morte me amargura,
Mas logo me livrando
Do peso mais atroz
Escuto a minha voz
E nela sei do quando.


16

Restando o que inda sou
Ou mesmo o que inda fora
O corte em tentadora
Paisagem se mostrou,
Perdido ainda estou
E beijo a perdedora
E nela a promissora
Verdade não moldou
Sequer alguma luz
O fardo se produz
No quarto além do cais
E teimo contra a fúria
Da noite em vã injúria
E quero muito mais.

17

Levado pelo vento
Além do que tropeço
O nada inda confesso
Ou mesmo sigo atento
No quanto me arrebento
O passo eu não mais meço
E vejo e não mais peço
Além do que inda agüento.
O joio após o trigo
O corte em desabrigo
A morte se tecendo
No fundo deste poço
O podre mostrando o osso
E assim vou me perdendo.

18

Não posso muito enquanto
Eu teimo em ironia
E bebo esta sangria
E dela faço o canto
Ainda quando encanto
Ouvindo a poesia
E nela caberia
Ao menos me adianto
Ao tempo em temporal
O porto sem igual
Nas curvas e mergulho
O carma mais fugaz
O nada satisfaz
Resumo-me no entulho.



19


Alago com verdades
Ou mesmo com mentiras
Enquanto me retiras
E logo além mais brades
Vencendo realidades
E nelas se retiras
Ainda velhas tiras
Aos poucos me degrades,
Cadenciando o passo
Ao menos se me traço
Na farsa mais atroz
Eu bebo cada gota
E tento outra garota,
Mas nem sei dela a voz.

20

Holocaustos tantos
Sacrílego profeta
Aonde se completa
Bebendo desencantos
Rumando em tais quebrantos
A meta predileta
Adentra corte e seta
E rompe velhos mantos;
O básico da vida
Não tendo a face urdida
Na parte que me resta
Somente diz semente
E nada se apresente
Ainda que funesta.

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