domingo, 21 de novembro de 2010

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Mais que as idéias, são os interesses que separam as pessoas.
Alexis de Tocqueville

Bem mais do que as idéias
Apenas os anseios
E neles outros veios
Mudando estas platéias
E nisto em assembléias
Ou mesmo em devaneios
Momentos mais alheios
Diversas panacéias,
Assim ao se moldar
O quanto é diferente
O todo onde se sente
O velho caminhar,
Ainda quando a luz
Transcende ao quanto opus.

32

A mulher é como a tua sombra: se corres atrás dela, ela correrá à tua frente, se corres à frente dela, ela vem atrás de ti.
Alfred de Musset

O amor se permitisse
Franqueza invés de luta
Ainda mais astuta
A sorte que eu cobice
E nisto esta tolice
Deveras não reluta
E gera o que se escuta
Além desta mesmice,
O todo numa parte
Pudera e não reparte
Apenas num instante
Amor quando demais
Ou mesmo em desiguais
Momentos; tanto espante.

3

É que a sabedoria é um trabalho, e sermos apenas sensatos custa muito, pois para se fazerem asneiras basta deixarmo-nos ir.
Alfred de Musset

O quanto poderia
A vida ser diversa
Daquele que dispersa
A força dia a dia,
O todo se veria
Aonde a sorte versa
E após já desconversa
Gerando a fantasia,
Ocasionando a queda
Enquanto o rumo veda
Passagem da ilusão
Os ermos caminhares
Por onde te deixares
Sem ter a precisão.

4

Há dois poderosos destruidores: o tempo e a adversidade.
Alfred de Musset


O tempo nos destroça
E gera o caos em nós
O rio bebe a foz
E sei que a morte é nossa,
Depois a cada fossa
Um dia mais atroz
A vida leda algoz
Ninguém, pois dela apossa.
A sorte se transforma
E toma a vária forma
Em rugas tão somente,
Depois de tanto tempo
A luta em contratempo
Só deixa uma semente.

5

O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra, / E ninguém se conhece enquanto não sofreu.
Alfred de Musset

O quanto a dor ensina
E nisto não duvido
O tempo faz sentido
Enquanto rege a sina,
E traz o que fascina
Ou mesmo o já perdido
Desenho em ledo olvido
E nisto determina,
O passo que virá
O todo onde estará
O quanto desejara,
Assim ao sofrimento
Um brinde num momento
Em luz imensa e rara.

6

Os velhos doidos são mais doidos do que os novos.
Alfred de Musset

Loucura ao fim da tarde
Não tendo solução
É noite, ebulição
E nada mais retarde
O passo aonde aguarde
Os dias que virão
Matando a solução
Sem nada que resguarde,
A mocidade traz
No olhar um tom audaz
Que o tempo tanto aplaca,
Mas quando este detalhe
É mais do que se entalhe
Numa alma crava a estaca.

7

Nada é tão bom como o amor, nem tão verdadeiro como o sofrimento.
Alfred de Musset

O amor dando o prazer
E nada nos ensina
Enquanto a leda sina
Transforma-se em saber,
Pudera conhecer
O quanto me fascina
A luz mais cristalina
Ou mesmo a merecer,
Mas sei que ao fim de tudo
Deveras desiludo
E o passo não se dera,
Ainda quando pude
Vencer em atitude
A morta primavera.

8

A vida é um sono de que o amor é o sonho, e vós tereis vivido se houverdes amado.
Alfred de Musset


Amar e ser feliz
Um sonho que acalenta
E vence uma tormenta
Trazendo o quanto eu quis,
Assim em céu mais gris
Em vida turbulenta
O todo se apresenta
Diverso do que eu fiz,
Gerando novo passo
Aonde quero e traço
Etéreo sentimento,
Expondo o coração
Aos dias que virão
Vencendo o sofrimento.


9

Ao bater com a cabeça contra as paredes, apenas conseguiu «galos».
Alfred de Musset

Lutar contra a maré
Dar murro contra a faca
A dita não aplaca
Ainda que haja fé,
O todo diz até
Do quanto a cada estaca
A vida bem mais fraca,
Esquece por quem é,
Ousasse num momento
Cerzir enquanto eu tento
Vencer os meus temores,
Assim quem sabe após
Traçar o novo em nós
Receba enfim as flores?


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O homem é um aprendiz, a dor a sua mestra.
Alfred de Musset

A dor tanto me ensina
Enquanto o sonho ilude
E sei desta atitude
Rondando a velha mina,
E tendo a cristalina
Noção da plenitude
E nisto além não pude,
A sorte não domina,
Meu passo dita ocaso
E quando aquém me atraso
Apenas não veria
Ao fim de cada tempo
Apenas contratempo
E toda esta agonia.

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