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Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam.
Antoine de Saint-Exupéry
Nem sempre uma vitória
Traduz algum sucesso
E quanto me confesso
Na face mais inglória
A história merencória
Ditando algum regresso
Ao fim eu me endereço
E mato esta memória,
Porém também eu vejo
Num ato mais sobejo
Derrota que me ensina,
Destarte a vida traça
Além da mera taça
A sorte cristalina.
2
As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações.
Antoine de Saint-Exupéry
O quanto é necessário
Respostas num momento
Aonde às vezes tento
O tempo em tal cenário
Diverso ou temporário
E nisto o sofrimento
Domina o pensamento
E gera o temerário.
Pudesse de tal forma
Viver o que transforma
Sem medo e em tal proveito
Ousando sem resposta
A vida sendo exposta
Qual rio em manso leito.
3
Os regulamentos assemelham-se aos ritos de uma religião, que parecem absurdos, mas moldam os homens.
Antoine de Saint-Exupéry
Por mais que seja espúria
A lei que nos domina
No tanto desatina
E gera esta penúria,
O passo em tal incúria
Gestando nova sina
Enquanto cristalina
Loucura traz a fúria.
E sendo deste jeito
Aonde em vão me deito
Nem sempre se apresenta
Além de mero ocaso
E quando enfim me atraso
A vida é turbulenta.
4
Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo.
Antoine de Saint-Exupéry
Ousar na construção
De um novo amanhecer
E ter em tal prazer
Da vida uma razão
Os dias que virão
Tomando cada ser
Em raro e bem querer
Suave dimensão,
Assim tanto poria
Trazendo além sombria
A imensa claridade,
E assim se aproximando
Ou mesmo em contrabando
Sem nada que degrade.
5
Um canto traduzisse
Além da mesquinhez
Aonde se desfez
O todo em vã crendice
Ainda que eu cobice
Diversos, novos ninhos
Em tantos desalinhos
A mesma e vã tolice
Traduzo em verso e sonho
O quanto decomponho
Após cada partida,
Destarte a solidão
Expressa a tradução
Da luta já perdida.
6
Apenas se desenha
A vida sem sentido
E quando não duvido
Ainda quando venha
Traduz o quanto tenha
E disto não lapido
Sequer algum sentido
E a sorte se desdenha,
Resumo do passado
Há tanto relegado
A um plano inferior
Pudesse ser diverso
Ousando noutro verso
Um passo redentor.
7
Refém da hipocrisia
O quanto pude ver
Refaz em cada ser
O todo em agonia,
Marcante fantasia
Pudesse arrefecer
E nisto sem querer
A luta se faria,
Mas vejo desde então
A tola solidão
E nada mais responde,
A sorte se aproxima
Sem ter sequer aonde
Ousasse em nova estima.
8
O quanto eu trago dita
A sorte mais atroz
Calando o quanto após
Vibrasse em tal desdita
Uma alma necessita
De novos firmes nós
E o passo mais atroz
Negando o que explicita
Na sorte aonde eu pude
Saber da plenitude
Que tanto me extasia,
A luta não termina
E o quanto em leda sina
Traduz melancolia.
9
Quisera alguma luz
Aonde nada existe
E o passo audaz e triste
Ao nada me conduz,
Veneno reproduz
O pouco onde consiste
O lento cais resiste
E morre enquanto o pus,
Vestindo a solidão
Os dias me trarão
Somente a solitária
Manhã em tez sombria
E o quanto poderia
Jamais é necessária.
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Querendo muito além
Do quanto cabe em mim
Regendo desde o fim
O pouco que inda vem,
Mergulho em tal desdém
E vejo o meu jardim
Sem flor, morrendo assim,
Do nada sou refém,
Apenas poderia
Saber do que floria
Em luz tão desigual,
Seguindo aonde fores
Matando únicas flores
Num ar quase infernal.
1
Queimando cada etapa
Da vida sem sucesso
O quanto em retrocesso
A sorte não escapa
E gera o quanto encapa
Da morte onde endereço
Meu passo e num progresso
Diverso nega a capa,
Esqueço o que pudera
E vejo a vida fera
Sem paz e nem descanso
E quando me entregara
Ao fim desta seara
Não vejo algum remanso.
2
Espero qualquer sonho
Querendo um novo mundo
E quando me aprofundo
Apenas decomponho
Cenário mais bisonho
Gerando o vagabundo
Momento; aonde inundo
Meu cais em tom medonho,
Espero qualquer messe
E nada se oferece
A quem tentara a sorte,
Somente o desatino
E nisto determino
A vida sem aporte.
3
Espero alguma luz
Queimando este pavio,
E o todo desafio
E nada se produz,
Zarpando me conduz
Aquém do imenso rio
E sei quando desfio
Meu mundo em contraluz,
Esqueço cada rumo
E bebo inteiro o sumo,
Vagando sem sentido,
E nisto poderia
Na paz de um novo dia,
Mas tudo eu dilapido.
4
Espero um novo porto
Aonde nada existe
E o tempo toma em riste
A sorte sem conforto,
Pudesse semimorto
Viver o que persiste
E nada mais resiste
Ao quanto sigo torto,
E sei do descaminho
Ousando mais daninho
Momento sem proveito
Destarte o que inda resta
Ao fundo dita a fresta
Aonde em vão me aceito.
5
Espero algum alento
Aonde nada houvera
Sequer a primavera
Nem mesmo um manso vento,
O todo em provimento
Expressa esta quimera
E nada mais se espera
Além do alheamento,
Esqueço o quanto pude
Num tempo atroz e rude
A juventude morta
E o tempo dita o rumo
E quando ao fim assumo
Encontro a velha porta.
6
Espero qualquer ponte
E nada mais teria
Sequer a fantasia
Aonde o nada aponte
E o medo no horizonte
Gerindo esta sombria
Vontade que esvazia
Dos sonhos cada fonte,
Mergulho neste caos
E sei dos dias maus
E neles me alimento,
Depois de certo engano
O novo tempo dano
E mato o sentimento.
7
Espero qualquer fato
Que possa redimir
Ousando num porvir
Aonde não constato
Sequer o que retrato
E tento o quanto vir
Morrendo sem sentir
Senão tal desacato,
Expresso em verso e prosa
A luta em polvorosa
E o medo sem sentido,
Depois de cada passo
O mundo mais escasso
Traduz o que duvido.
8
Querendo novamente
Vencer o quanto pude
Traçar nova atitude
E nisto o mundo mente,
Vagando num repente
Alheia juventude
Matando desilude
Aonde o que se tente
Deságua logo após
O quanto vive em nós
E nada mais se vira
Sequer a face escusa
E enquanto a vida abusa
Gerando esta mentira.
9
Meu mundo sem sentido
A morte um manso cais
E nisto sei dos pais
E o passo presumido,
Aonde não me olvido
Dos dias abismais
E busco em abissais
O tempo ora perdido,
Mortalha que previsse
Bem mais que uma mesmice
E nela a vida gira
Marcando em dissonância
A sorte em discordância
Errando esta erma mira.
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Apenas o que vejo
Na face mais real
Traduz o mesmo mal
E o tempo em tal negrejo,
O mundo mais sobejo
Pudesse desigual
Reinando, mas fatal
O sonho onde o desejo.
Esquadras e fragatas
Aonde me arrebatas
E matas cada sonho,
Do todo que pudera
Somente esta quimera
Em tom turvo e medonho.
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