domingo, 21 de novembro de 2010

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Existe algo mais importante que a lógica: a Imaginação. Se a idéia é boa, jogue a lógica pela janela.
Alfred Hitchcock

Liberto pensamento
A maior expressão
E sei que desde então
Aonde quero e tento
Viver cada provento
Enquanto se verão
No olhar desta emoção
A direção do vento,
Escassas noites trago
E nisto algum afago
Pudesse ainda ver,
Mas quando em liberdade
Meu peito além já brade
Transforma o meu querer.


2

Estilo é plagiar a si mesmo.
Alfred Hitchcock

Repito o mesmo tom
E nisto crio estilo
E quando assim desfilo
O mundo dita o dom,
E neste intenso som
O quanto em mim destilo
Vagando sem vacilo
Podendo ou não ser bom,
Uníssona vontade
De quem em claridade
Pudesse ser diverso
Embora sempre igual
Num claro ritual
Ousando em mesmo verso.


3

Não tem amigos o homem que nunca teve inimigos.
Alfred Tennyson

Apenas que conhece
Os rumos da verdade
Produz e desagrade
Além do que se tece,
E nesta vã benesse
Ceder, fragilidade
E quanto mais degrade
Ousando noutra prece
Vestindo o que se faz
Num passo mais audaz
Liberta o dia a dia,
E tendo o nada ser
Apenas desprazer
Decerto moldaria.

4

Nas mandíbulas da Morte, / Na boca do Inferno.
Alfred Tennyson

A morte se aproxima
E traz a cada passo
O quanto não mais traço
E nisto o ledo clima,
Olhando assim de cima,
O todo em descompasso
Meu canto mais devasso,
A sorte não se estima,
E o prazo se findando
Aonde e desde quando
Jamais pude ser terno,
Viceja dentro em mim
Certeza deste fim
Na boca deste inferno.

5

Dizem que a dor nos torna sábios.
Alfred Tennyson

A dor mesmo que ensine
Talvez não mais nos traga
Além da leda adaga
E nisto desatine,
Marcando o que decline
Do verso em velha vaga
A sorte atroz divaga
E nada mais refine.
Apenas o vazio
E o fim se desenhando
Aonde o quis mais brando
Agora o vão recrio
E tento o desafio
E nisto em contrabando.

6

Os sonhos são verdadeiros enquanto duram, e não vivemos nos sonhos?.
Alfred Tennyson

O sonho dita a sorte
De quem pudesse tanto
Vencer o desencanto
E ter o que conforte,
A vida noutro aporte
Deveras não garanto
E sei do medo enquanto
Fortuna dita o corte,
A morte se anuncia
E gera outra verdade
Marcando a liberdade
Em mera fantasia,
Viver em pesadelo,
O mundo sem contê-lo.

7



Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho.
Alfred Tennyson

Carrego dentro em mim
As cenas que vivi
E tanto lá e aqui
O traço nega o fim,
E sei do quanto eu vim
E nisto me embebi
Aos poucos percebi
O que serei enfim,
Retalhos que se unindo
Num todo quase infindo
Mutável criatura
Que a cada novo instante
Reduz ou se agigante
E o todo configura.


8

Abismo

Talvez o abismo nos engula
Talvez cheguemos a Atlântida
Talvez não tenhamos mais a força
de mover montanhas.
Mas somos o que somos.
Alfred Tennyson

Bem mais do que talvez
Pudesse ser além
Ou mesmo quando vem
A vida e nada vês
No fundo a insensatez
Gestando outro refém
Pudesse no desdém
Traçar o que desfez,
A rude caminhada
Transporta o mesmo nada
E dita algum momento
E nisto se aproxima
A vida muda o clima
E o mesmo passo invento.

9

Procura a simplicidade e, depois, desconfia dela.
Alfred Whitehead

A luta recomeça
A cada novo dia
E quando enfim teria
A sorte já sem pressa,
No quanto se tropeça
Ou mesmo na agonia
Da leda serventia
O rumo se confessa,
Na simples face vejo
O todo e noutro ensejo
Mudando este cenário,
O sonho de um mutante
Traduz o doravante
Caminho temporário.

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Uma ciência que hesita em esquecer os seus fundadores está perdida.
Alfred Whitehead

Reconhecer a face
De quem pensara outrora
Futuro aonde ancora
O todo se mostrasse,
E assim quando se trace
A vida sem demora
O novo em paz se aflora
E o tanto já moldasse
Resumos do passado
Presente diz futuro
E nisto eu me asseguro
Enquanto além invado,
Gerando após o tanto
Um mundo em raro encanto.

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