sexta-feira, 26 de novembro de 2010

51181/51200

51181

Amar sendo deveras
Uma arte sem igual
Num toque sensual
Enfrenta as tantas feras
E quando além tu geras
Num rito divinal
O passo noutro astral
Aonde em paz temperas,
Versando sobre o fato
Do quanto em ti constato
Do ser que em mim propago,
Resumos de outros dias
Imersas alegrias
Em cada doce afago.

82

Em versos e promessas
A vida traz o rumo
Aonde eu me acostumo
Bem mais do que professas
E nisto te endereças
Ao todo em raro prumo
Bebendo assim o sumo
Das horas que confessas
Amante em tal ternura
Bebendo esta procura
E nela sei do quanto
Meu passo se redime
E traça outro sublime
E nisto o amor garanto.


83

As velas singram mares
E nada mais detém
O passo sem desdém
Nem mesmo os procelares
Cenários mais vulgares
E quando a noite vem
Do sonho sou refém
E verto em teus altares
Razões para viver
Viver para sonhar
E quando navegar
O mar dentro do ser
Gerando esta tormenta
Aos poucos me apascenta.

84

Amor regendo uma arte
E nela se transforma
Gerando então a norma
Aonde se comparte
O todo em cada parte
E nisto a rara forma
Deveras quando informa
Expressa o que reparte,
Sem ter um disparate
O todo me arrebate
E leve para além
Do sonho em mero brilho
Amor quando o palmilho
Meu mundo traz e tem.

85

As naves mais ligeiras
Adentram o oceano
E sei quando me dano
E mesmo quando queiras
As horas derradeiras
Gestando cada plano
E nisto soberano
Enfrento as corredeiras,
Espero pelo menos
Momentos mais serenos
Depois da tempestade,
A o canto em harmonia
Deveras me traria
A intensa liberdade.

86

Amor guiando os passos
De quem se fez além
Do todo quando tem
Momentos mais escassos,
E sei de velhos traços
No quanto sou refém
Da vida sem desdém
Cerzindo novos laços;
Encontro plenamente
O quanto se apresente
A cada novo instante
A vida de tal forma
Aos poucos nos transforma
E a paz enfim garante.

87

Ousando no manejo
Dos sonhos mais audazes
Ainda quando os trazes
O todo ora desejo
E sei o quanto vejo
Em dias mais falazes
E mesmo que inda atrases
Meu canto é mais sobejo
Expresso em dor e pranto
O medo onde garanto
Apenas o final
De um rito sem tamanho
A vida enquanto entranho
Um templo em vago astral.

88

Chorosa noite em vão
Incerta fantasia
E nisto esta agonia
Viceja desde então
Matando algum verão
E nada mais teria
Senão a galhardia
De leda dimensão,
Esqueço o quanto pude
E sei desta amplitude
Sem nexo e sem apoio,
Do imenso caminhar
Apenas mergulhar
No raso e tosco arroio.

89

Desentoada prece
Já não mais me traria
Ainda se viria
O quanto não se tece,
E o rumo onde obscurece
O trâmite; agonia
A noite mais vadia
O sonho que entorpece
Um pária em tal sarjeta
Ainda que prometa
No fim nada se vendo,
Do sonho em desatino
Aos poucos me amofino
E sou mero remendo.

51190

Beleza não trazendo
Sequer o que pudesse
E neste tom a prece
Aos poucos percorrendo
Cenário aonde horrendo
O rumo vago esquece
Do prazo e não merece
Sequer outro remendo,
Matar uma esperança
Enquanto a vida cansa
E gera apenas caos,
Os olhos no horizonte
O quanto desaponte
E traz ledos degraus.

91

Aonde sem brandura
A faca se afiara
Marcando esta seara
Em dor, tanta amargura
O nada se perdura
E o corte dita escara
A morte se prepara
E nega esta candura,
Apenas humanóide
Ou mesmo um asteróide
Sem órbita, ao relento
O mundo que pedira
Ardente em velha pira
Decerto ainda invento.

92

O quanto fora urdido
Do sonho sem proveito
E nisto se deleito
O tempo agora olvido
Meu passo resumido
E neste vão eu deito
Matando qualquer pleito
O tanto já perdido,
Esqueço o que inda trago
E quando aquém me alago
Dos erros contumazes
O rumo sem tal prumo
Já nada mais resumo
Seque o que me trazes.

93

Desventurada senda
Aonde o nada faço
E o manto mais escasso
Aos poucos não atenda
Quem tanto quer a lenda
E nisto sendo um traço
O mundo que hoje faço
Em mera e frágil tenda,
O prazo terminando
O tempo se moldando
Sem prumo e sem valia
Do quanto quero e sinto
Amor ao vê-lo extinto
Não resta a poesia.

94

A noite sendo baça
A vida não pudera
Apascentar quimera
E o todo gera e traça
A sorte mais devassa
E quando destempera
A fúria sem espera
O tempo em vão já grassa,
Esqueço o quanto pude
E sei do ser mais rude
Que ainda trago em mim,
Destarte o meu caminho
Deveras mais sozinho
Traçando agora o fim.

95

O canto envenenado
Nos ermos da esperança
E a noite outrora mansa
Agora noutro fado
Expressa o quando invado
E mata a confiança
Aonde em aliança
O tanto é desolado,
Esqueço cada dia
E mato o que viria
Vestindo a farsa em dor,
Assíduo caminheiro
Matando o meu canteiro
Ausento em nós a flor.


96

No claro esquecimento
Da vida sem sentido
O quando é resumido
O passo aonde eu tento
Vencer cada excremento
E nisto não duvido
Do parto prometido
E solto em ledo vento,
Escassas noites vêm
E sendo então refém
Do pouco que me resta
A boca se fechando
O mundo desde quando
Apenas gera a fresta.

97

A vida em sepultura
Gerando nova vida
Na face destruída
Dos sonhos a cultura
E quando em escultura
Pudesse distraída
Gestar na despedida
A sorte me emoldura
E sigo cada rito
Aonde eu acredito
Num éter que não veio,
No caos dito em metano
Aos poucos eu me dano
E sigo sempre alheio.

98

Ditosos camaradas
Em ares tão diversos
Pousando em universos
Ou mesmo nas estradas
Aonde em escaladas
As tantas em dispersos
Momentos sigo imersos
Nas sombras mal traçadas
Esqueço o quanto possa
Da sorte sempre nossa
Ou mesmo de um detalhe
E quando o meu caminho
Mostrasse mais daninho
O amor já me retalhe.

99

Ler-te e em polvorosa
Louvar cada momento
E quando em vão tormento
A sorte sempre glosa
Matando a velha rosa
E nisto o mal fomento
Farto deslumbramento
Em noite caprichosa,
O canto sem valia
O mundo não traria
Sequer o quanto busco,
Meu passo se indigesto
Apenas eu me empresto
Ao quanto sou mais brusco.

51200

Inspirações diversas
Em noites desumanas
E quanto mais me enganas
As horas desconversas
E sei que quando versas
Em noites soberanas
As horas mais profanas
Deveras tu dispersas
E bebo cada gole
Do todo onde se bole
Rocio da esperança
Nesta orvalhada senda
Prazer que se desvenda
Ao largo a vida alcança

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