domingo, 21 de novembro de 2010

50711/20

11

A coragem é a primeira das eloquências, é a eloquência do carácter.
Alphonse de Lamartine

Coragem dita a sorte
De quem em eloquência
Vivera a consciência
Que tanto nos conforte
O passo sendo forte
A vida tem ciência
Do quanto em convivência
Gerasse um novo aporte,
A luta que não cansa
A dita em tal mudança
Gerindo cada passo
Aonde pude outrora
O todo que vigora
E assim futuro eu traço.

2

O egoísmo e o ódio têm uma só pátria. A fraternidade não a tem.
Alphonse de Lamartine

Fraternidade dita
A rara sensação
Aonde cada irmão
Na face mais bonita
Ainda se acredita
Nos dias que virão
Na mesma direção
A paz ora infinita,
O todo não pudera
Além da própria esfera
Da humanidade inteira,
E quando se mostrasse
A vida sem impasse
Unindo esta bandeira.

3

Eis a natureza que te convida e te ama; mergulha no seu seio que ela constantemente te oferece.
Alphonse de Lamartine

Na mãe natura eu vejo
O quanto poderia
A vida em alegria
E neste raro ensejo
Assim tanto a desejo
E sei da fantasia
Que é quase uma utopia
De um mundo em azulejo,
Sem crises, grises dias
E tanto me trarias
A luz onde toca
E além do imenso mar
Vencer e recriar
Ultrapassando a roca.

4

Amei e fui amado; tal basta para o meu túmulo.
Alphonse de Lamartine

Amar e ser amado,
É tudo o quanto basta
Na vida mais nefasta
O sonho em paz eu brado,
E quando assim invado
A noite não mais gasta,
A luta sem vergasta
O rumo noutro fado,
Um passo se alentasse
E nisto a nova face
Ditando eternidade,
O quanto se deseja
A sorte benfazeja
Aonde amor invade.


5

Eu sou da cor daqueles que são perseguidos.
Alphonse de Lamartine

No quanto esta irmandade
Trouxera um passo além
Do todo onde contém
A tosca humanidade,
Meu passo não degrade
Enquanto sou refém
Do amor que sempre vem
E dite a liberdade,
No canto mais audaz
A sorte que se faz
Presume novo rumo,
O canto libertário
Num raro itinerário
Decerto eu sempre assumo.


6

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.
Alphonse de Lamartine

Um ser sempre mutante
Alcança o mais completo
Caminho onde este afeto
Trouxera um novo instante
E a vida se garante
enquanto me repleto
Do todo em predileto
Ou mesmo me adiante,
Vagando sem destino
O quanto me fascino
Na face que virá
Deixando para trás
O sonho mais mordaz
Na busca de um maná.

7

É a cinza dos mortos que cria a pátria.
Alphonse de Lamartine


Os mortos que carrego
No peito sonhador,
Gerando em raro amor
Um dia outrora cego,
E sei que não sossego
Lutando em tal valor
Ousando aonde eu for
Traçando enfim outro ego,
A redenção se faz
Jamais em plena paz,
Revoltas libertárias
E nelas se verão
As bases da nação
Duras, mas necessárias.

8

Um único ser nos falta, e fica tudo deserto.
Alphonse de Lamartine

O todo se completa
Em cada novo ser
E noutro posso ver
A vida mais dileta
E sendo ou não poeta
Buscando conhecer
O raro amanhecer
A plenitude é meta,
A seta para tal
Desenha num igual
Cenário cada passo,
Destarte sou feliz
Se tudo o quanto eu quis
Agora em paz eu traço.

9

As nossas únicas verdades, homem, são as nossas dores.
Alphonse de Lamartine

As dores que inda trago
São toda a minha herança
E a cada dia lança
A vida em raro afago,
E assim quando divago
Ousando em tal mudança
A sorte na aliança
Sentido claro e mago,
Ao menos poderia
Tentar em novo dia
O quanto não tivera,
Verdade que conheço
Após cada tropeço
Renova a primavera.

50720

Há grandeza mais verdadeira numa boa ação do que num bom poema ou numa grande vitória.
Alphonse de Lamartine

O agir deveras traz
Bem mais do que se pensa
E nesta recompensa
O passo mais audaz
Permite o que se faz
E gera a vida intensa
Na noite clara e imensa
Um passo feito em paz,
Assim ao se prever
O raro enternecer
Da vida sem temores,
Seguindo aonde fores
Deveras poderia
Beber farta alegria.

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