domingo, 21 de novembro de 2010

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1

Ainda que pudesse
Vencer os meus enganos
Matando os velhos planos
Além do que oferece
A vida dita em prece
Ostenta em rotos panos
Os velhos ledos danos
E nada mais se tece,
Somente o passo em vão
E nesta dimensão
A luta continua,
Depois mais claramente
A sorte se apresente
Exposta, amarga e nua.

2

Ainda quero a paz
E nada mais se traça
Além desta fumaça
Que molda o passo audaz
E o tempo não me faz
Ou gera o quanto escassa
A sorte mais devassa
E o passo então mordaz,
Ascendo ao quanto pude
E sei do mundo rude
E dele me percebo
Ausente da esperança
A própria vida lança
O sonho qual placebo.

3

Ainda não pudera
Sentir a nova luz
E o quanto reproduz
Expressa esta quimera,.
Vencendo a sorte, fera
O farto dita o pus
E o sonho onde compus
Negando a primavera,
Espreito alguma luta
E nada mais se escuta
Somente a voz do vago,
Caminho sem sentido
E nisto o todo olvido
E após tudo divago.

4

Ainda que se possa
Traçar novo momento
Enquanto a sorte eu tento
Ousando ser a nossa
Palavra que se apossa
Do imenso sentimento
E nisto ainda alento
O mundo se destroça,
Esqueço cada engano
E sei quando me dano
Ouvindo a voz cruel
De quem se fez venal
Ao ter num sideral
Momento alheio céu.

5

Ainda sendo assim
A vida não trouxera
Além do que se espera
E gera em ledo fim,
O todo dentro em mim
Na luta mais sincera
O quanto fora austera
Renova este jardim,
O mundo se apresenta
Aonde esta tormenta
Ousasse noutro rumo,
E quando mais presumo
A sorte que apascenta
Expressa em raro sumo.

6

Ainda pude ver
Depois do temporal
Momento desigual
Em medo e desprazer
O todo a se perder
Na noite, no quintal
Quarando no varal
O raro amanhecer,
Envolto em tanta bruma
A sorte ora se esfuma
E gera apenas isso,
O medo sem valia
A morta fantasia
O canto onde não viço.

7

Ainda nada traz
Quem pôde acreditar
Nas ânsias de um luar
E nisto ser capaz
De ter o quanto faz
Revela-se a moldar
O todo a desejar
O passo mais tenaz,
O quanto quero e vejo
A cada novo ensejo
Expressa a voz em luz,
Depois de certo tempo
O mundo em contratempo
Ao nada me conduz.


8

Ainda não se vira
Sequer a menor sorte
Do quanto nos conforte
A luta onde desfira
A porta que interfira
E gere novo norte
Depois do quanto é forte
O todo sem mentira,
Esqueço o meu passado
E quando além evado
O prazo determina
O fim de cada instante
E o mundo se garante
Nas ânsias da menina.

9

Ainda se deslinda
A noite em claridade
E o quanto agora invade
Trouxesse a tez infinda
De quem não sabe e finda
O passo em qualidade
Diversa da que brade
Ousando onde não brinda,
A paz já se sonega
A vida sendo cega
Jamais pudera ver
O quanto se desenha
No amor em rara ordenha
O justo amanhecer.

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O caos gerando em nós
O todo aonde um dia
Pudesse em sincronia
Gerar a mesma voz
O passo mais atroz
O tempo em alegria
O nada se faria
Num canto mais feroz,
E o prazo determina
O fim e seca a minha
Aonde pude ver
O sonho no vazio
E o tempo eu desafio
E sinto-me perder.

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