segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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A COISA é mansa mas atropela.

O quanto se permite
Num passo mais audaz
Transforma a velha paz
Além deste limite
E o quanto delimite
O rumo aonde traz
O tanto quanto faz
Ou mesmo se acredite.
Negando algum aporte
Traçando novo norte
A nisto a clara tela,
A mansidão de fato
Tramando onde a constato
Também nos atropela.

62

A MÃO que alça o copo não deve segurar o volante.


O quanto se inebria
E gera outro momento
Aonde em provimento
A sorte não traria
Sequer uma alegria
E quando além eu tento
Vencer qualquer tormento
Gestado em agonia,
O caos se permitira
E nisto ainda fira
Quem tanto quis bem mais,
Vestindo a mesma face
Do quanto se mostrasse
Em atos tão boçais.

63

AS MULHERES perdidas são as mais procuradas.


Procuro algum alento
Aonde nada houvera
Gerando a primavera
Amores sempre tento
E vejo outro momento
E nisto se tempera
A sorte sem espera
O dia em tal tormento,
E sei do quanto pude
Vencer o mundo rude
E tanto ser feliz,
A vida se aproxima
E gera em novo clima
O amor que tanto quis.

64

ADEUS, cinco letras que me fazem sofrer;

A vida dita em regras
Diversas o que tanto
Pudesse e não garanto
Aonde não integras
As sortes desintegras
E traças desencanto
E nisto um novo canto
Enquanto não te alegras,
E sei do mais dorido
Caminho permitido
E nada mais teria
Ousando neste adeus
Os dias todos meus
Mataram a alegria.

65

ADORO as rosas, mas prefiro as trepadeiras.


Perfume diz espinho
E a sorte do canteiro
Enquanto além me inteiro
De um tempo mais mesquinho
E assim eu me avizinho
Do quanto aventureiro
Caminho derradeiro
Vencendo outro daninho,
A sorte onde se queira
Esboça a trepadeira
E adentra noutro espaço
Destarte continua
Bebendo inteira a lua
No amor que agora eu traço.

66

Meu mundo se apresenta
No quanto se traduz
O passo em plena luz
Vencendo a turbulenta
Noção que se sangrenta
Expressa o que conduz
E nisto enfim me pus
Na tez mais virulenta,
Esqueço cada engano
E sei do soberano
Caminho em claridade,
Ainda que pudera
Vencer a dura fera
Que aos poucos nos degrade.

67

Mergulho nos teus braços
E bebo em tua pele
O quanto me compele
Amores entre passos
Os dias mais devassos
A sorte me atropele
E o tempo se revele
Na luta em novos traços
Resumos de outras eras
E nisto sei que esperas
Apenas o sinal
Gerado pelo sonho
Aonde o que componho
Traz passo em ritual

68

Não quero outro momento
Nem mesmo a noite fria
E o quanto poderia
Trazer aonde eu tento
Vencer o sofrimento
E crer na fantasia
Gerando a poesia
E nisto eu me alimento
Pousando devagar
Aonde possa amar
Quem mais queria outrora
O passo rumo ao farto
Decerto eu não descarto
E o barco em paz ancora.

69

Num átimo eu mergulho
E vago em tal abismo
Gerando enquanto cismo
O mundo em raro orgulho,
Ainda sendo entulho
O prazo em cataclismo
E sei de cada sismo,
Em vão tudo vasculho
E bebo a amarga senda
Aonde se desvenda
Apenas o vazio,
E o todo que pudera
Apascentar quimera
Agora eu desafio.

50770

Levando a vida ao fim
Depois da tempestade
O quanto desagrade
O prazo gesta enfim
O todo noutro sim
E sem a liberdade
A morta ansiedade
Traduz o nada em mim,
Escuto a voz do vento
E quando busco e tento
Saber de nova fonte
Apenas a semente
Morrendo se apresente
Aonde desaponte.

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