segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Os homens brigam com mais frequência por via das palavras. É por palavras que eles matam e se fazem matar com maior empenho.
Anatole France

Palavras quando em armas
Transformas, são venais
E nisto muito mais
Do quanto inda desarmas
A vida; entre os alarmas
Expressam dias tais
E nestes tempos vais
Mudando velhos carmas.
O quanto poderia
E o quanto se apresenta
No fim a mais sangrenta
Traduz esta agonia
E a cada vã tormenta
Matando a fantasia.

32

As grandes obras deste mundo foram sempre realizadas por doidos.
Anatole France

A lucidez impede
O novo em face clara,
E quando se prepara
O todo não se pede,
E nisto agora enrede
O passo onde se ampara
E toma outra seara
E nada mais o vede,
O rústico cenário
Aonde o temerário
Produz o magistral
Expressa após o nada
A sorte desenhada
Em passo genial.

33

Pois a mulher é a grande educadora do homem: ensina-lhe as virtudes encantadoras, a polidez, a discrição e essa altivez que teme ser importuna. Ela mostra a alguns a arte de agradar, a todos a arte útil de não desagradar.
Anatole France

O quanto que se vendo
Num ato feminino
Trazendo o cristalino
Cenário sem adendo,
E o caso ora prevendo
E nisto determino
O quanto do destino
Supera algum remendo,
Assisto a tua sorte
E sei quanto conforte
Saber que estás aqui,
Diverso do que fora
Minha alma sonhadora,
Em vão eu me perdi.


34

Antes de ter amado um animal, parte da nossa alma parmanece desacordada.
Anatole France

Amar o quanto possa
Gerar novo momento
E nisto eu me alimento
Supero qualquer fossa,
A vida além de nossa
Traduz o sentimento
E rege o pensamento
Aonde a sorte adoça,
Vestindo a plenitude
Do amor que nunca ilude
E nada mais se traz
Deixando a face obscura
Da inválida procura
Num tempo mais mordaz.

35

Nada é mais poderoso do que a palavra: o encadeamento de razões fortes e de elevados pensamentos
Anatole France

O quanto a vida traça
E gera em consonância
Mudando em discrepância
O tempo em vã fumaça
Assim a vida passa
E nesta nova estância
A sorte em concordância
Jamais, pois se esfumaça;
Palavra traz poder
E dita outro destino
E quando me alucino
No raro amanhecer
Percebo o que virá
E o quero desde já.

36

"Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar."
Anatole France

É necessário o sonho
E dele outro momento
Aonde eu me alimento
Do todo que proponho
E sei do mais bisonho
E duro alheamento
Regendo o pensamento
Enquanto além componho,
Meu passo sem temores
Seguindo aonde fores
Primaveril imagem
Do todo que buscara
Na sorte bela e rara
Reinando qual miragem.

37

"As razões de nossos atos são obscuras e os impulsos que nos impelem para a ação ficam profundamente ocultos."
Anatole France

A vida sem por que
O tempo não traduz
A imensa e clara luz
Que tanto não se vê
Além do que se crê
O corte já produz
O todo e traz em jus
Sem mesmo algum cadê
Expressa o que em verdade
Jamais mostra e me invade
Com claridade apenas,
Assim onde pudera
A vida traz a fera
E ao fim tu me condenas.

38

O que mais assusta em um insano, é a sua conversa sã.
Anatole France

A coerência assusta
E traz nova faceta
Do quanto se arremeta
E nada mais se ajusta
A vida ora robusta
Gerando o que prometa
No todo comprometa
O quanto fora justa,
Assim ao desnudar
Loucura se apresenta
Aonde a sorte tenta
Deveras demarcar
Um passo muito além
Do que a desdita tem.

39

Os felizes pouco conhecem da vida:
a dor é grande mestra dos homens.
Anatole france

A dor que nos protege
E ensina cada passo
Aonde o todo eu traço
Embora seja herege,
O canto onde se rege
O mundo sem espaço
O verso sempre lasso
Saber nos desprotege,
Vencer os meus anseios
E ver em devaneios
Momentos mais diversos,
Destarte esta ignorância
Promove em discrepância
Serenos universos.


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Viva como aconselhas, diga o que fazes, faça o que dizes.
Anatole France

O ser quem tanto dizes
No fundo traz bem mais
Que dias desiguais
Em tantas velhas crises,
E os passos mais felizes
Enfrentam vendavais
E nisto teus cristais
Superam cicatrizes,
A vida é coerente
Somente pra quem tente
Vencer os seus pudores,
E ser tão libertário
Dos sonhos, qual corsário
Sem medo do que fores.

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