quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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As ninfas mais formosas
A sílfide que tento
Vencer em pensamento
Ousando em raras rosas
Vestindo as caprichosas
Noções em raro vento
Deveras sigo atento
Às horas majestosas,
Esbarro nos meus erros
E sei que além nos cerros
Fronteiras penetrando
E o todo se desenha
Além do quanto venha
Em passo audaz e brando.

82

Habitas o meu sonho
E sei de cada passo
Aonde sempre traço
Momento mais risonho,
E assim quando me enfronho
Vencendo este cansaço
Deixando o tempo escasso
Marcado em tom medonho,
Não mais conseguiria
Ousar na fantasia
E ser feliz, porquanto
A sorte se ditara
Na luz desta seara
E nisto em paz eu canto.

83

As pedras lapidadas
Diamantino rumo
Aonde onde me esfumo
Traduz novas estadas
As horas desenhadas
Toando além resumo,
E nisto se me aprumo
Percebo as alvoradas,
Esqueço cada engano
E quando aquém me dano
Eu vejo a luz imensa,
Do todo que pudera
Vencer qualquer quimera
A sorte então compensa.

84

Colunas em firmeza
São bases do meu canto
E o quanto desencanto
Seguindo esta alma ilesa
Na forte correnteza
O prazo se faz tanto
E o medo onde garanto
Jamais dita surpresa,
O caos dentro de mim,
O vento dita o fim
E o mundo não sacia
Marcando o quanto possa
Rondando a velha troça
Matando a fantasia.

85

Embevecida voz
Gerasse novamente
O quanto ainda mente
E busca a mesma foz,
O mundo mesmo após
A sorte tão premente
No fundo nada sente
Sequer o tom atroz
De quem se fez apenas
Vivendo onde condenas
E mata cada sonho,
O medo se aproxima
E gera sem estima
Cenário mais bisonho.

86

Diversas moradias
Aonde pude ver
O raro amanhecer
Em novos claros dias,
E nada mais trarias
Senão tal desprazer
Toando em cada ser
Em luzes mais sombrias,
E nada mais se traz
Apenas o mordaz
Da vida sem proveito,
E quando já cansado
Deitando assim de lado,
Enfim a morte aceito.

87

Em dias reluzentes
Ou mesmo em tempestades
No quanto me degrades
A faca entre teus dentes ,
assim nada desmentes
E matas claridades
Gerando as inverdades
Em ritos mais dementes,
Esqueço cada verso
E logo desconverso
Apenas por sentir
O mundo sem caminho
E sei quanto sozinho
Matasse algum porvir.

88

Habitas cada sonho
Aonde pude ter
Além de algum querer
O todo onde componho,
Um verso e se me ponho
Nas ânsias do prazer
A vida eu passo a ver
Em rumo mais risonho,
Esqueço dos enganos
E bebo dos profanos
Caminhos que me deste,
Do todo sem sentido
Apenas dilapido
O mundo em vão e agreste.


89

Sustentas com teus versos
Os pensamentos vãos
E sei dos velhos grãos
Em solos quando imersos
E os passos mais dispersos
Ou mesmo em toscos chãos,
Usando fortes mãos
Expressam universos,
Medonha face exposta
De quem tanto se gosta
E agita cada passo,
O manto se perdendo
Num ato mais horrendo
Aonde eu me desfaço.

50990

Lavrando em solo duro
Jamais colheitas tendo,
O canto mais horrendo
O dia mais escuro
E quanto em vão procuro
O tempo diz remendo
E assim sem novo adendo
A morte eu asseguro,
Um pária na sarjeta
Ao nada se prometa
E morre sem valia,
O tempo se desfaz
Do quanto fui capaz
Na infausta fantasia.

91

Irmãos desta mesma horda
Andando pareados
Os dias em pecados
A luta não aborda
E o quanto se recorda
Dos ermos degradados
Os passos quando em fados
Rebentam cada corda,
E o medo se aproxima
Do caos, generaliza
E a sorte outrora em brisa
Mudando todo o clima
Explode em temporais
E gera os tons fatais.

92

Em telas distorcidas
A vida se apresenta
E morre na sangrenta
Noção em despedidas,
Assim mal percebidas
As luas na tormenta
O corte que apascenta
Aumenta tais feridas,
O prazo se findando,
O mundo tão infando
nauseabunda luz
Já não mais poderia
Traçar um novo dia
E à morte me conduz.

93

Aparto-me do sonho
E bebo o pesadelo
E quanto mais bebê-lo
Mais vejo este medonho
Cenário onde componho
Ainda com tal zelo
Somente o poder vê-lo
Sem ter o que proponho.
Esqueço dos meus passos
E sigo os teus devassos
Escassa noite em paz,
Assim ao me entranhar
Na morte a divagar
O tempo é mais tenaz.

94

Inculta fantasia
Gerada a cada engodo
O mundo neste todo
Já nada valeria,
E o quanto em lama e lodo
Pudesse e não veria
Sequer uma utopia
Renega algum denodo,
Após o caos eu sinto
O sonho sendo extinto
Nas ânsias de um futuro
Sem nexo e sem caminho
Seguindo aquém sozinho
A morte eu asseguro.

95

Exposto em tal nudez
O verso dita o rumo
Do quanto eu não resumo
Do tempo onde se fez
A luta em lucidez
A vida sem ter prumo,
Negando o mero sumo,
Calando a minha vez,
Escuto em noite vaga
O tempo que divaga
Matando o quanto resta
E nesta bruma intensa
O fim que recompensa
Dos ermos, fina festa.

96


Das mágoas que inda trago
Não vejo mais sinais
E sei dos temporais
E nisto mato afago,
Encontro o sonho vago
E bebo estes fatais
Caminhos desiguais
E neles eu me alago,
Espero apenas isto,
E sei quando desisto
Cansado desta luta
E a sorte sendo alheia
Apenas me rodeia
Diversa, amarga e bruta.

97

Jamais a piedade
Pudesse traduzir
O quanto hei de sentir
Aonde se degrade
O passo em liberdade,
Distante do porvir,
No fundo a resumir
O que enfim me invade,
Esqueço cada rota
E a vida me amarrota
Trazendo em ledo dano
O mundo onde disperso
Caminho no universo
Aonde em vão me engano.

98

Aonde sem louvores
A vida não pudesse
Traçar a nova messe
E nisto aonde fores
E sei dos meus horrores
Aonde o tempo tece
E o nada se obedece
Gerando novas flores.
Esqueço cada passo
E quando enfim eu traço
Meu rumo sem sentido,
Apenas o que trago
Expressa o mundo vago
E assim me dilapido.

99


A vida não pondera
Sequer novo cenário
E o tempo originário
Do vago marca a fera
E o tanto que se espera
No caos imaginário
Ou mesmo noutro horário
Pudesse e destempera,
Esqueço cada prazo
E quando enfim me atraso
Espero tão somente
Do mundo sem valia
O todo em agonia
E a noite ainda tente.

51000

Das variantes tais
Aonde o mundo dita
A sorte mais finita
Expressa os seus cristais
E sei do quanto mais
A lua tão bonita
Deveras necessita
Dos brilhos magistrais,
Esqueço cada prazo
E sei do quanto atraso
Ocasos entre medos,
E os dias mais audazes
Enquanto tu me trazes
Transformam sonhos ledos.

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