A velha prostituta, uma esperança,
rondando pelas ruas, madrugadas,
bebendo dos esgotos, nas calçadas
convida para alguma contradança.
e o tempo, sem pudor algum, avança
as garras rapineiras, afiadas
e vejo nessas loucas caminhadas
a boca desdentada, a faca e a lança;
e sigo, sem temer usar qualquer defesa,
sabendo e desejando ser a presa
desta infeliz, satânica figura,
e o beijo sem temor, malicioso,
traduz em gargalhada o raro gozo
enquanto me sorvendo, me depura...
Marcos Loures.
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