Por não ter nenhum caramanchão
Nem sequer jardim ou mar imenso,
Rastejo sob os sóis e bebo o chão
Fugaz, nesta ausência nunca venço.
Por não ser quem fora em tentação
Do vago que inda resta me convenço
E morro sem qualquer apelação.
A despedida nega adeus e lenço.
O corte do arvoredo preconiza
Daquele vendaval, apenas brisa
Granizos e nevascas, impotente.
Nada mais teria senão fosse
O rosto meio estúpido, mas doce
De uma amizade opaca e tão clemente.
marcos loures
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