Não quero ter além do nojo e do asco
que tanto se estampara no teu rosto,
o verme pelas ruas, sigo exposto,
a vida por si só é meu carrasco,
venenos, quero todos, cada frasco
apenas o sorriso amargo imposto,
transcende ao mais sutil e fino gosto,
não deixo que me veja além do casco,
respaldo de um momento aonde seja
a falsa imagem tola que poreja
enquanto me apedreja quem me beija.
um réptil caminhando sem destino,
o esgoto onde me escondo é nobre e fino,
perdendo sem lutar, qualquer peleja.
Marcos Loures.
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