Mesclando o doce mel com o ferrão,
apenas percebendo o que eu mereça
a vida noutra peça sempre teça
a farpa que penetra sem perdão,
o velho marinheiro, o seu arpão,
enferrujado, tocado na cabeça
presume que esta vida sempre o esqueça
e diga de outros dias que virão
distantes dos que apenas sobreviva
encontra a voz atroz, porém altiva
de quem esbofeteia com carinhos,
meus pés atados sempre por grilhões
pisando em mais sutis escorpiões
fazendo dos covis seus doces ninhos.
Marcos Loures.
Nenhum comentário:
Postar um comentário